Entrevista com Bruno Junqueira


Fala Bruno Junqueira!

Depois de Cristiano da Matta e Bia Figueiredo, agora é a vez do piloto com oito vitórias na Indy, Bruno Junqueira conversar com o Blog da Indy contando um pouco de sua história no automobilismo e o que espera de 2009.




1 – Você teve um inicio de carreira projetado para chegar a Fórmula 1. Após a conquista da Fórmula 3000 e a confirmação de sua ida para os Estados Unidos como você reagiu a esta mudança completa em sua vida pessoal e carreira? Alguns patrocinadores que te apoiavam deixaram de patrocinar você?

Sempre tive o sonho de correr de F1. Depois de ganhar a F3000 não consegui um carro competitivo para correr e decidi ir para os Estados Unidos numa equipe boa. Foi uma grande mudança, novas pistas , ovais, regras de corrida diferente. Me adaptei bem e já ganhei um corrida no primeiro ano e fiz uma pole position em um oval. Na época meus patrocinadores queriam continuar me apoiando, mas na Ganassi não podia levar-los.

2 – O campeonato de 2001 foi um dos mais competitivos da história e a equipe Ganassi na época já não tinha a mesma força de seus anos dourados. Como foi para você e o Chip conquistar a pole em sua segunda corrida em oval naquele ano? Você imaginava vencer corrida na sua temporada de estréia?

Na minha primeira corrida de oval na vida, em Nazareth conquistei Pole e acabei terminando em sétimo. Foi um ano difícil, pois depois de anos com o Reynard-Honda, a Ganassi estava começando com o Lola-Toyota. Foi um ano de aprendizado e deu bons resultados em 2002.

3 – O sueco Kenny Brack chegou a peso de ouro literalmente para a Chip Ganassi em 2002 e você nem tomou conhecimento dele (lembrando que ele foi vice em 2001 e com a saída do campeão Gil de Ferran, ele era apontado como o favorito do ano). Ganassi mandou o sueco embora no fim da temporada, e você foi vice campeão. Você se sentia um dos principais pilotos da categoria para 2003?

Em 2002 foi um otimo ano. O meu Lola-Toyota estava bem acertado e consegui ficar em segundo no campeonato. Naquele ano, eu tinha o Kenny Brack e Scott Dixon como companheiros. Isto tornou a equipe forte. Conquistei vitorias, pole em Indinapolis, vice no campeonato, e andar na frente de ótimos pilotos como o Brack e Dixon, me deixou feliz, pois já estava bem adaptado ao automobilismo americano.

4 – Em 2003 a Ganassi foi para a IRL e você foi contratado pela Newman Haas. Você tinha contrato com a Ganassi até 2002 somente, ou era mais longo o contrato com o Chip? Como foi a chegada a Newman Haas e com seus novos “patrões”?

Meu contrato era so ate 2002. Eu estive perto de acertar com a Ganassi, mas preferi continuar na Formula mundial e fui para a Newman Haas. Paul Newman e Carl Haas foram os melhores donos de equipe que já tive. Uma dupla que esta no automobilismo por pura paixão, alem de serem pessoas fantásticas. Tive muita honra de guiar para eles.

5 – Na Fórmula 3000 e na CART você venceu um piloto francês, o Nicolas Minassian. Na Newman Haas você venceu outro francês no primeiro ano com a equipe de Lincol Shire, mas depois só deu Sebastien Bourdais. Ele é um piloto diferenciado mesmo?

Os dois são ótimos pilotos. E difícil comparar pilotos, porque existem vários fatores. Com os dois, os campeonatos foram disputados, tanto quando ganhei e quando fiquei em segundo.
Em relação ao Sebastian, em 2003 fique na frente dele, mas ele era estreante. Em 2004 disputamos o campeonato ate a ultima corrida, e em 2005 eu estava liderando o campeonato ate o meu acidente. Com certeza o Sabastian e muito talentoso, o melhor companheiro de equipe que já tive. Alem disto, o carro na da Newman Haas que sai muito de frente, ele e imbatível. Já na Toro Roso, o carro sai de traseira e ele teve um pouco de dificuldades. Torço para que ele se ajuste com o carro deste ano e tenha uma ótima temporada.

6 – Assim como Rubens Barrichello era referencia brasileira na F-1, você era referencia brasileira nos Estados Unidos. Como você enfrentava essa pressão de ter de ganhar corridas e campeonatos apesar da imprensa brasileira não divulgar tanto a ChampCar?

Eu tive a felicidade de ter um ótima carreira no Estados Unidos, ganhando corridas e representando bem o Brasil. Eu sou muito competitivo e amo ganhar, eu e quem sempre me pressiono.

7 – Bruno Junqueira, Paul Tracy, Jimmy Vasser, Cristiano da Matta, Alex Tagliani, Sebastien Bourdais, A. J. Allmendinger, Patrick Carpentier, Michel Jourdain Jr., Oriol Serviá, Justin Wilson e Will Power são nomes que tem história e competência para vencer em qualquer categoria nos Estados Unidos, o que os mantinham ligados e acreditavam na continuidade da ChampCar?

Acho que a Champ Car, ou CART era a melhor categoria que existia ate 2002. Depois que as montadoras saíram, piorou um pouco. Mas era um categoria disputada, com ovais, circuito de rua e misto. Para se dar bem, o piloto e equipe devem ser bons em todas as disciplina. Alem disto o carro era rápido e prazeroso de guiar.

8 – Como foi a chegada na pequena Dale Coyne que só contratava pilotos pagantes e derrepente contrato um dos principais pilotos da categoria? Como é seu relacionamento com Dale e os três pódios consecutivos com a equipe em 2007 na ChampCar?

Foi um grande mudança para mim, mas encarei isto como um desafio. Dei tudo de mim e corri por paixão e foi um dos melhores anos da minha carreira. Apesar de não ter ganho nenhuma corrida, terminei em sétimo o campeonato e consegui três pódios, e quase ganhei, “merecidamente”, a corrida na Holanda. Foi o melhor ano da historia da equipe e continuei na equipe em 2008 com o objetivo de dar o Dale a sua primeira vitoria.

9 – Como você viu a “reunificação” das categorias IRL e ChampCar. A CCWS estava condenada realmente?

A unificação aconteceu apenas 3 semanas antes da primeira corrida, e deixou as equipes da Champ Car em desvantagem. Foi um ano difícil, mas necessário, pois com esta crise de hoje, nenhuma das duas categorias iriam sobreviver.

10 – Bruno, qual foi o seu sentimento no final de semana da corrida em Long Beach, a última da história da CART – Champ Car?

E uma pena ver o final de uma grande categoria e especialmente andar num carro bem melhor que foi aposentado. Mas a vida continua....

11 – No primeiro ano de IRL, as equipes oriundas da CCWS estavam com cinco anos de atraso no desenvolvimento dos carros comparando com as equipes que já disputavam o campeonato. Porque a maior diferença e dificuldades de acerto eram em pistas ovais?

Nas pistas mistas andamos de iguais condições, mas nos ovais e 100% carro e eles tem um carro muito mais aerodinâmico, depois de 5 anos fazendo desenvolvimento no túnel de vento. Era como estivéssemos correndo em um carro mil e eles de Ferrari.

12 – Qual o seu balanço da sua primeira temporada na IRL e a primeira temporada da IndyCar unificada?

Foi um ano dificil. Nos ovais não podia fazer nada. So em Richmond que e um oval mais técnico classifiquei em nono. Já nos mistos andava mais ou menos em oitavo, setimo. Em Watikins GLen, merecia um pódio. Estava bem, em terceiro ate o ultimo pitstop, quando como sempre, perdemos posições e fui pra sétimo. Recuperei e fiquei em sexto.

13 – E para 2009, você continua na Dale Coyne Racing? Na A1GP você não pilotará mais?

Ate três dias antes do teste, eu ia correr denovo na DaleCoyne, mas ele me ligou e disse que o Justin Wilson conseguiu um patrocinador e que ele vai correr no meu lugar. Mas o Dale esta tentando fazer o segundo carro para mim. Agora estou correndo atrás de outra equipe.
Na A1 GP foi um prazer representar o Brasil. Como a Idea da equipe e revelar novos talentos, eu fiz algumas corridas para ajudar no acerto do carro. Acho que agora a equipe esta melhor e o Felipe esta melhorando, mas se precisarem ,estarei a disposição para ajudar.

14 – Existe alguma chance de ter uma corrida da IndyCar no Brasil, mais precisamente em Recife?

Falaram isto no ano passado, mas não ouvi mais nada, E uma pena que não corremos no Brasil. Seria ótimo.

15 – As mudanças técnicas do regulamento ficaram para daqui alguns anos. Em meio a esta “crise” que o mundo vive isso ajudou para evitar mais gastos das equipes?

Tenho uma opinião diferente. O carro da IRL e muito caro comparado com o da Champ Car por exemplo. Para as equipes sairia o mesmo preço comprar 2 da champ car e pecas por um ano, ou so comprar as pecas do IRL. No segundo ano, já seria mais barato. Isto porque o Dallara da IRL foi projetado para competir contra o G-force, e por isto os custos são maiores e durabilidade das pecas menores. Já o Panoz da Champ Car e mais rápido, barato e as pacas duram mais. Em 2 anos fica mais barato correr com o Panoz.

Agradecemos ao piloto mineiro e a irmã dele e também assessora Diana Junqueira, com quem marcamos a entrevista.

E você o que achou da entrevista?

9 comentários:

Anônimo disse...

Bruno merece uma vaga para 2009, é triste ele estar nesta situação, o acidente de 2005 em Indianápolis(o autor do acidente, o AJ Foyt IV, devia ser banido das corridas) o Buno nunca mais foi o mesmo, pois quase morreu ali, ele tem talento para estar em equipes grandes, sem dúvida.

Anônimo disse...

Se não fosse o acidente causado pelo maneta do Foyt IV na Indy500 que deixou o Bruno fora por bastante tempo, ele teria tido a chance de não permitir o crescimento do Bourdais dentro da Newman-Haas e talvez viesse a conquistar o título da Champ Car (CART) em 2005. Esse piloto com certeza merecia um carro melhor, mas como a partir dessa temporada o que vale é o dinheiro, a Milka Duno tem vaga na NHL e o Bruno está ficando a pé, com muito mais talento que a venezuelana.

Marcos Antonio disse...

Bem legal essa série de entrevistas! Bruno Junqueira é um obm piloto, teria dirigido pra Williams se não tivesse competindo com Jenson Button. Mas ele fez uma ótima carreira nos EUA e espero que ele corra essa temporada.

Anônimo disse...

Bela entrevista Jackson!
Tomara que as coisas se ajeitem para o Bruno o quanto antes!

Tarcísio Holanda disse...

cara, será que tu percebe os erros de digitação?

e cadê, ele fala alguma coisa sobre o boato de brasilia???

mas tô nem aí nao, i am NOT INDY

Jackson Lincoln Lopes disse...

Sim, percebo sim. Mas eu não altero nenhuma virgula do que eles respondem. A entrevista foi feita no dia 06/03, esse papo de Brasília foi a partir do dia 18/03.

Anônimo disse...

Gostaria de ver o Bruno correndo por mais temporadas. É um bom piloto e uma boa pessoa. Talvez não tenha tido as pessoas certas na hora certa para ajuda-lo a direcionar sua carreira nas grandes equipes. É uma pena ve-lo hoje sem equipe e sem chances de correr nas grandes categorias. Faltou alguém com jogo de cintura ao seu lado para mante-lo nas categorias de ponta, pq talento e vontade sabemos que ele tem.

Daniel M Machado disse...

Bela entrevista e pena que o bruno ficou de fora dessa temporada.Digo mais, talvez seja uma luz no fim do túnel para quem sabe,ele conquistar uma vaga na F1. E sobre o acidente na Yndy 500, o mesmo Deus queo o livrou é o Mesmo que pode o levar a tão sonhada F1. Valeu Bruno.

Daniel M Machado. disse...

Sabe me desculpe se alguém é fã dessa tal de MILKA DUNO,mas ano passado ela corria tão mal que em uma transmissão da BAND,tava tomando tanta volta que o comentarista esportivo falou assim:"ELA ESTÁ CORRENDO PARECE QUE EM OUTRA CATEGORIA".Nada contra as mulheres mas será que ela tá correndo só porque tem grana? Onde fica o talento de pilotos como o Bruno Junqueira?

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