
Olá pessoal do Blog da Indy! Primeiro gostaria de pedir desculpas pelo longo período que fiquei ausente deste incrível site. Entrei em uma nova fase profissional na minha vida e como todos os que escrevem aqui sabem, o capitalismo é impiedoso e quase nunca nos oferece oportunidades de dedicarmos nosso tempo aquilo que realmente gostamos.Mas o que interessa é que estou de volta e gostaria muito de compartilhar com vocês, as minhas sensações a respeito da incrível corrida que pudemos acompanhar no Domingo. Que emocionante! Helio Castroneves definitivamente se consagrou não “só” como um piloto do seleto grupo daqueles que já conquistaram por três vezes o lendário anel da Indy 500, mas também como um daqueles ícones do automobilismo, cuja carreira automaticamente é “fundida” com a equipe a qual o piloto representa. Alessandro Zanardi e a Chip Ganassi, Bobby Rahal e a Truesports, Johnny Rutherford e o Chaparral, Al Unser Jr e a Galles, Greg Moore e a Forsythe, a Penske e Rick Mears, Emerson Fittipaldi e Gil de Ferran. É praticamente impossível pensar nos nomes acima, sem associá-los às equipes citadas.
Vejam os nomes relacionados à Penske, só tem mito! Sabemos que na Fórmula Indy, um piloto permanecer tanto tempo correndo pela equipe de Roger Penske, em nível de importância, seria a mesma coisa do que um piloto ficar anos e anos correndo pela Ferrari na Fórmula 1, pela Joest Racing nas 24 horas de Le Mans, pela Roush na Nascar e por ai vai..
Helinho está há dez anos na equipe dos carros brancos e vermelhos e o principal de tudo, sempre andando na frente. Apenas Rick Mears vence Helinho no número de temporadas disputadas na maior equipe da história da CART e da IRL: São 15 temporadas do “Rei dos Ovais”, contra 10 do “Homem-Aranha”.
Veja o exemplo do Helinho e as acusações de fraude ao fisco norte-americano. Vocês acham que é todo chefe de equipe que chega para o seu piloto e diz “Não esquente a cabeça, pode ir lá provar sua inocência que seu cockpit estará te esperando”? Definitivamente não! E é esse tipo de atitude que nos mostra porque o Team Penske é realmente a equipe mais bem sucedida do automobilismo da América do Norte. Não basta ser a melhor, tem que ser a melhor e com ética, com o comprometimento humano que tanto falta nas relações trabalhistas de hoje em dia.
Enfim, sei que é clichê dizer isso, mas realmente, Helio Castroneves parecia ocupar um nível diferente dos demais pilotos durante esta Indy 500, a vantagem que abriu para o resto do grid no final da prova, foi espetacular.
Sobre a corrida em geral, vamos aos comentários:
- Incrível a performance da equipe Panther. Apesar dos problemas financeiros que afetam o histórico time desde a saída da Pennzoil, o seu patrocinador de longa data, Dan Wheldon conquistou um brilhante segundo lugar. Isso mostra que mesmo com um orçamento limitado, ainda é possível conquistar uma boa posição nas 500 Milhas de Indianápolis, desde que a equipe tenha grande comprometimento com a organização nas paradas de trocas de pneus e reabastecimento e uma boa estratégia, é lógico.
A Panther Racing para mim é uma espécie de “Williams” da Fórmula Indy. Um time que já foi dominante no campeonato, mas que nos tempos atuais sofre com a falta de patrocinadores de peso, mas mesmo assim consegue bons resultados na base do profissionalismo daqueles que ama o esporte.
- Totalmente o oposto do bom trabalho feito pela Panther, foi o papel demonstrado pela equipe Foyt. O quê foi aquele incêndio na parada do Vitor Meira? A confusão feita pelo mecânico que ordenou a saída de Vitor antes do tempo e pelo atual chefe da equipe, Larry Foyt (filho do lendário A. J. ), foi algo inaceitável para os padrões de uma categoria de monopostos considerada top. Quando o mecânico ordenou que Vitor saísse dos boxes, Larry imediatamente percebeu o engano mas foi infeliz ao dizer a palavra “no”, com a intenção de que Meira permanecesse nos pits. Vitor acabou entendo o “no” como “go” e arrancou com seu carro. O resultado disso, foi a atitude que mais demonstrou a total falta de preparação da equipe: A mangueira de reabastecimento arrebentou e logo o combustível entrou em contato com as partes quentes do carro (escapamento e discos de freio) e instantaneamente as labaredas tomaram o carro de Vitor Meira. E os mecânicos da Equipe Foyt, o quê fizeram? Nada! Ficaram olhando de longe o carro pegar fogo (as chamas inclusive chegaram a ficar bem altas dentro do cockpit). Se não fossem os mecânicos da Penske de Will Power, que estavam no box ao lado e apagaram o fogo com vários baldes d´água, talvez Vitor poderia ter se queimado, já que os membros de sua equipe parecem não saber que o efeito anti-chamas do macacão de nomex não é eterno.
- Votos de melhoras rápidas para Vitor Meira. Fiquei muito chateado quando soube que ele terá que ficar parados por uns meses, para curar suas lesões nas vértebras. Apesar dos riscos maiores que todos sabemos que existem nas corridas em circuito oval, a grande verdade é que já passou da hora da organização da IRL parar de se preocupar com algumas baboseiras e correr atrás de um novo chassi para a categoria. Na transmissão da Band, foi ressaltada inúmeras vezes, a segurança da Fórmula Indy nos dias de hoje, em detrimento dos tempos passados. Várias vezes o pessoal da transmissão usou o exemplo do acidente do Nelson Piquet em 1992 (aonde o tri-campeão de Fórmula 1 sofreu sérios ferimentos nas pernas), para comparar com os dias atuais, aonde uma batida com as características daquela sofrida por Nelson, não teria a mesma gravidade caso acontecesse nos dias atuais. Claro que os atuais Dallaras são muito mais seguros do que por exemplo, um Lola 1992 como o de Piquet. Mas mesmo assim, o atual chassi da IRL está muito longe de ser considerado um exemplo de padrão de segurança. Uma batida em oval, ainda mais em Indianápolis onde os carros recebem uma configuração para atingirem maiores médias horárias, sempre será muito mais violenta do que em qualquer outra categoria, seja lá o carro que participe. Mas penso que no séc XXI, é inaceitável que uma única corrida produza dois pilotos com fraturas ósseas, como aconteceu com o Vitor e também com Tony Kanaan, que machucou as costelas.
- Nunca quem está do lado de fora, terá total capacidade para apontar um “culpado” em um acidente automobilístico. Apenas os próprios pilotos possuem a noção exata do que aconteceu para que uma ou mais manobras, resultassem em um acidente. Mas existem casos aonde podemos arriscar uma opinião, tomando por base atitudes em pista que ficaram muito aparentes. Na minha visão, Vitor Meira e Raphael Matos foram precipitados em suas manobras, mas vejo que Matos teve uma boa parcela de culpa na situação. Em um circuito oval precisamos sempre respeitar a trajetória do rival, não existe espaço para fechadas ou excesso em manobras de defesa. Instantes antes do acidente, Vitor praticamente já tinha executado a manobra de ultrapassagem em cima de Rapha Matos. Meia já tinha colocado praticamente mais da metade do seu carro do lado do seu compatriora. Naquela altura, Vitor não tinha mais visão do carro de Rapahel. O piloto só tem o total controle em termos de visão, da parte frontal até metade da parte lateral do seu carro. Não existe ser humano no mundo, que consiga saber onde está a sua roda traseira, no momento em que está consumando uma ultrapassagem. Você nunca vai contar com a aterrorizante idéia, de que o piloto que você ultrapassou, vai fechar a tangência com a roda dianteira em cima da sua roda traseira. É lei, no automobilismo se você não tirar a sua roda de perto da roda do rival quando você é ultrapassado, vai causar um sério acidente. Isto é tão essencial de saber quanto ao clássico aviso de “jamais suba com a sua roda dianteira na roda do seu rival, pois se fizer isto irá levantar vôo”.
Bom, só espero que não tenhamos mais que presenciar fechadas deste tipo e que Vitor e Rapha Matos se recuperem o mais rápido possível de seus ferimentos. Que apesar de tudo, não fique nenhum clima de inimizade entre os dois brasileiros.
- Will Power. Poxa equipe Penske, faça um esforço para que o belíssimo carro preto (na minha opinião, o mais bonito Indycar do ano), dispute a temporada completa com o piloto australiano. Power fez uma belíssima prova em Indianápolis e chegou até a ameaçar a supremacia de Helinho em certo trecho da corrida. Realmente, é um desperdício absurdo de talento, ver Will Power sem carro durante a maioria das corridas da temporada. O australiano talvez seja a última grande revelação da história da extinta Champ Car, depois de Sébastien Bourdais.
- Tony Kanaan infelizmente não conseguiu atingir seu objetivo em Indy, mais uma vez. Sempre por circunstâncias que fogem ao seu alcance, o campeão de 2004 da Fórmula Indy foi vítima de um pavoroso acidente. Confesso que não sei por qual motivo a batida foi causada, se foi por alguma quebra de eixo-traseiro, suspensão ou por erro do próprio Tony (o que acho a hipótese menos provável. O baiano chegou a bater com a cabeça no muro, sorte que o seu capacete Arai pintado nas cores da Brawn GP, em homenagem ao seu amigo Rubens Barrichello, fez o seu papel correto e protegeu a cabeça do nosso amigo.
- É de se pensar também se é algo benéfico para Tony Kanaan, permanecer na equipe Andretti Green. Apesar de ter conquistado o seu único e incrível título com esta equipe, a verdade é que não parece ser mais o time de ponta que era em 2004. As boas performances de Tony e a condição de líder do campeonato que apresentava antes da Indy 500, devem ser creditadas mais ao talento do piloto baiano, do que à alguma eficiência fora do comum da equipe de Barry Green e Michale Andretti.
Só o fato de Tony Kanaan ter dirigido com a finalidade de acertar, os carros dos seus três companheiros (Danica, Marco e Mutoh), já demonstra que parece ser o único membro do time realmente capaz e que a equipe se preocupa mais com que Tony se desgaste acertando carro de pilotos marketeiros, do que se preocupe apenas com o acerto do seu carro, como deveria ser.
- Que milagre! Finalmente uma corrida em que Danica Patrick não apareceu por causa de seus ataques de histeria e estrelismo, e sim por causa de seu terceiro lugar.
- Uma pena que Paul Tracy não conseguiu brigar pela ponta. Em dado momento da corrida, executava várias ultrapassagens como é característico de sua pilotagem, mas infelizmente seu carro parece ter perdido o rendimento da metade da corrida até o final. Um décimo lugar não está de mau tamanho para alguém que já é praticamente um “vovô” do grid.
- Gostaria de registrar mais uma vez, a repugnante INDIFERENÇA dos jornais de Ribeirão Preto, diante do automobilismo. Parece não possuírem noção do significado que é alguém nascido na cidade, vencer as 500 Milhas de Indianápolis. Helinho não ganhou NENHUMA mísera fotinha nas capas dos cadernos esportivos de Segunda-Feira. Apenas o jornal A Cidade, registrou a vitória de Helinho, mas o fez com uma ridícula notinha de rodapé, totalmente obscurecida por matérias sobre regionais de futebol, esportes locais e outras coisas que não possuem nem 0,0001% do nível de importância da vitória de Helinho. Em compensação, O Estado de São Paulo, dedicou a capa inteira do seu caderno de esportes, á vitória do Homem-Aranha. Tudo com belas imagens coloridas, as quais guardarei com muito carinho. De maneira alguma quero fazer propaganda de determinado jornal, mesmo porque não tenho vínculo algum com nenhum editorial. Mas enquanto as coisas aqui em Ribeirão Preto, continuarem tratando o automobilismo como um “esportezinho de bandido”, vou continuar a tecer duras críticas. A cidade tratar o Kart como se fosse lixo, é algo até compreensível em um local aonde as únicas “diversões” levadas a sério, são “atividades” que reúnem e exaltam tudo o que há de mais degradante e mundano no ser humano, como micaretas e rodeios. Perdoem pelo palavreado, vocês não merecem ler palavrões em um site tão bacana, mas evento pra ser levado a sério aqui em Ribeirão, tem que ser o tipo de evento que “vende”, ou seja: Putaria e violência contra animais (no caso dos rodeios). Ah, sabem o kartódromo daqui, que eu citei naquele coluna há uns meses atrás? Sabem o que fizeram com ele? Os organizadores de um rodeio DEMOLIRAM 30 metros de asfalto, INUTILIZANDO A PISTA! Depois prometeram arrumar tudo em sete dias... E o que os responsáveis pela pista fizeram depois? Disseram que é melhor não arrumar, que a pista foi construída no local errado, que os pilotos é que não possuem capacidade de fazer um campeonato por aqui... Realmente, com centenas de micaretas por mês e um rodeio que arranca o asfalto da pista sem permissão, acho que nem o Bernie Ecclestone conseguiria organizar algo naquela pista..
Pois bem amigos, acho que já falei demais. Obrigado mais uma vez pela atenção e perdoem novamente pelo atraso na coluna.
Forte abraço!
2 comentários:
Olá Fabio
infelizmente aqui no Rio não é muito diferente em relação a indy tanto que, perdemos a Champ car e até moto gp tem mais. Vi a corrida inteira e foi uma grande prova com Helinho de volta ao lugar que merece. A prova foi complicada para os brasileiros, uma pena para o Mario ter saido no inicio da prova e o Rafahel Matos vinha fazendo uma grande prova até se complicas nos pits. Tava vendo a Batida do tony de um angulo q não apereceu na transmissão da band e fo muito estranha emsmo, do nada o carro virou no muro na reta, foi muito forte a batida. A inteligência do helinho nas duas ultimas bandeiras amarelas para permanecer na frente também, algo de campeão, se bem que ele foi beneficiado na ultima pela tentativa da Danica de passar Wheldon. Destacar também a atuação do australiano da Penske que fez grande prova e o quarto lugar de Townsend Bell que também foi notável. Grande abraço cara a vc e a todos que mantém a chama da indy sempre acesa
valewwwwwwwwwwwwwww
A pancada entre Raphael Matos e Vitor Meira foi assustadora. E não sei o que o Matos pensou na hora. Culpa dele. É como digo, dá tristeza ver um Hideki Mutoh andando a temporada inteira por interesse da Honda e um Will Power fora, com talento e resultados, e pelo jeito a Penske não quer colocar 4 carros, já que a Luczo Dragon é do filho do Roger Penske. E Fábio, queria o que num país em que exemplo de cultura são as barangas mulheres frutas, um Marcelo D2 da vida, um drogado nato, novelas em que traições e romances homossexuais são as coisas mais lindas do mundo (cada um sabe de si, apenas acho que homossexualismo é alterar a ordem natural das coisas). Obviamente que eventos pra maior parte da nossa juventude tem que ter putaria, consumo de drogas e desrespeito. Mas se você manter um casamento por mais de 10,15 anos é bem capaz de ser chamado de careta.
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