Olá galerinha do Blog da Indy, vamos continuar nossa análise sobre o caminho dos pilotos da Fórmula Indy buscarem a glória máxima no automobilismo mundial: O sucesso na Fórmula 1.Vimos na coluna passada (leia aqui) os casos que consideramos como sucesso desta trajetória que foram Jacques Villeneuve e Juan Pablo Montoya. Hoje vamos tentar entender um pouquinho sobre os acontecimentos com pilotos que não obtiveram sucesso na Fórmula 1 e acabaram saindo por baixo na categoria, mas mesmo assim até hoje são considerados ídolos.

Podemos selecionar então especificamente três pilotos Michael Andretti, Alessandro Zanardi e Cristiano da Matta. Temos ainda Sebastien Bourdais e Timo Glock que saíram da mesma categoria que os outros três citados anteriormente, mas ainda podem mostrar alguma coisa, mas pelo visto não mostraram muito, um querendo andar mais que o carro e o outro o carro andando mais que ele respectivamente. Talvez até a saga destas colunas acabarem o piloto francês já poderá ter sido fritado pela Toro Rosso.
Começaremos hoje então com Michael Andretti, se o nome já é respeitável o que dirá do sobrenome. Michael foi para a Fórmula 1 no ano de 1993 na equipe McLaren Ford. Voltamos alguns anos e vimos que Michael fez por merecer chegar a Fórmula 1. No anterior foi vice-campeão da Fórmula Indy perdendo o título para o conterrâneo Bobby Rahal, mas em 1991 foi o campeão da categoria com nada menos do que oito vitórias, um recorde que perdura até hoje na categoria. Michael era unanimidade na Fórmula Indy, talvez a estrela norte americana por ser o mais jovem dos pilotos dos Estados Unidos vencedor naqueles primeiros anos da década passada, Michael desembarcou na Fórmula 1com trinta anos.
Michael chegava a Fórmula com o peso de seu sobrenome por seu pai ter sido campeão mundial na categoria quinze anos atrás, estreando em uma equipe considerada de ponta e ao lado tinha como companheiro de equipe nada mais nada menos que o Tri-campeão mundial Ayrton Senna da Silva. Fatores a parte, se Michael mostrasse um bom desempenho nas primeiras corridas, isso poderia até lhe servir como mérito, mas não foi o que aconteceu.O primeiro contato de Michael Andretti com um Fórmula 1 foi em Estoril no ano em que se sagrou campeão da Indy e alguns meses depois já em 1992, testou em Magny Cours, sempre sob observação de Ron Dennis. Michael fez um extensivo trabalho de testes que se iniciou em 1992. O piloto norte-americano não quis ir morar na Europa como é de praxe dos pilotos que fazem parte do circo da F1, já que a maioria das corridas são naquele continente ainda mais naquela época, que eram bem mais do que hoje, este fato dizem ter atrapalhado emuito Michael em longas e inúmeras viagens realizadas. Com isso havia certa distancia entre Michael e equipe, o que pode ter sido considerado como pouca determinação de Michael, enquando Senna por exemplo vivia nos boxes da McLaren.
Começa o macabro ano de 1993 para Michael Andretti e de cara ele não completa as quatro primeiras provas, para piorar os seus abandonos foram todos seguidos de acidentes como na África do Sul, Brasil e Europa e uma rodada em Ímola. Lembram um daqueles fatores que citamos que poderia atrapalhar Michael? Um deles era o Tri Campeão Senna, certo? Exato, Senna venceu duas das quatro provas e a pressão sobre Michael irradiava.
Finalmente na quinta prova do ano, Michael conseguiu finalizar a primeira corrida do ano e terminou na zona de pontos, em quinto, mostrando que poderia reagir e contornar a situação.
Nas próximas três provas Michael as completas, mas somente na oitava pontua com um sexto lugar. Chegando na segunda metade do certame, o piloto campeão da Fórmula Indy repete o mal inicio do ano, e abandona três provas seguidas.
Michael partiria para dois circuitos semelhantes aos que ele conhecia na Indy, Bélgica que lembra Elkhart Lake e Monza que tem retas longas e curvas de altas e de baixa como Portland, o que Michael não conhecia, é que seu fim na Fórmula era após estas provas. E Michael não fez feio nestas duas últimas participações na Fórmula 1 finalizando em oitavo na Bélgica e conquistando um importante pódio em Monza, na Itália.
Os rumores que acompanhavam Michael e sua suposta demissão, aconteceu no momento em que ele teve seu melhor resultado, o que não foi o suficiente para agradar o chefão Dennis, que o demitiu alegando falta de empenho e incompetência.
Michael não se conformou com sua passagem na Fórmula 1 e chegou a dizer que existiu boicote por parte da equipe e do próprio companheiro dele na McLaren. O finlandês Mika Hakkinen assumiu o volante do McLaren Ford e em três provas conquistou o mesmo lugar no pódio que Andretti conquistara algumas semanas antes.
Michael retornou para a Fórmula Indy e venceu a primeira corrida que disputou em 1994 na Austrália, dando a Reynard e a Chip Ganassi a primeira vitórias de ambas, Andretti mostrava que na América ele continuava competitivo e que no cenário da Fórmula 1 ele foi muito infeliz. O piloto norte americano não venceu mais nenhum campeonato, mas sempre esteve nas disputas dos títulos, exceto nos últimos anos em que competiu quando saiu da Newman Haas Racing e começou o projeto da Andretti Green ainda na CART em 2001 com apoio da Motorola.
Andretti depois de abandonar as pistas com suas incríveis 317 largadas na Fórmula Indy (309 sob tutela da CART e outras 8 sob bandeira da IndyCar) assumiu o comando da equipe Andretti Green Racing ao lado de Kim Green. Também é responsável pelo desenvolvimento da equipe norte-americana na A1GP, além de promover eventos, como o Grande Prêmio de Toronto da Fórmula Indy 2009, corrida esta que Michael venceu por sete oportunidades.
Na versão brasileira do WikiPédia (talvez o site em que o mundo mais se pesquisa hoje em dia) traz a seguinte definição sobre o piloto: Michael Mario Andretti (Bethlehem, 5 de Outubro de 1962) é um ex-piloto norte-americano da CART que teve uma passagem fracassada pela Fórmula 1 no ano de 1993, marcada por quebras e acidentes. Campeão da Fórmula Indy em 1991. Michael é filho do campeão mundial de F1 em 1978, Mario Andretti.
Por tudo que Michael fez e ainda faz pelo automobilismo mundial, é no mínimo ridículo essa definição do WikiPédia com versão nacional.
Posto todos estes fatos, cabe a nós analisarmos os mesmos. Podemos dizer que Michael realmente fez uma péssima temporada na Fórmula 1, visto os numerosos acidentes em que se envolveu e muitos deles sob sua responsabilidade. Era fato que a McLaren tinha um carro que não tinha condições de brigar pelo título, mas sim como segunda ou terceira força naquele ano, visto que Senna venceu cinco provas e ficou em segundo na temporada, enquanto Michael ficou em décimo primeiro no ano. O que se poderia esperar de Michael eram resultados satisfatórios como aconteceu em Monza e algumas corridas consistente como as que ele finalizou na zona de pontuação, mas isso não aconteceu de fato, já que corrida onde ele subiu no pódio não foi completada pelos principais pilotos da temporada, exceção a Damon Hill que foi o vencedor da corrida e onde Michael chegou uma volta atrás.
Em minha opinião Michael teve o pior desempenho de todos os pilotos que tentaram chegar a Fórmula 1 através do caminho da Fórmula Indy, e isso prejudicou demais a imagem dos pilotos que disputam a competição na América do Norte. Talvez Michael foi o piloto no qual foram depositados mais expectativas, já que tinha o DNA de um campeão e resultados de um campeão na América.
Particularmente não acredito em boicote, e sim no pouco esforço que Andretti teve e o pouco profissionalismo também, mas que poderia ter alguma coerência, pois no momento a Fórmula 1 estava em queda livre de audiência e de prestigio e a Fórmula Indy cada vez mais em evidencia, tanto é que Senna ameaçou ir para a Indy enquanto o atual campeão daquela época, o inglês Nigel Mansell acabou fazendo as malas e indo no cockpit que Michael estava na Indy.
Feita esta suposta teoria da conspiração quem saiu ganhando com isso neste ano foi Bernie Ecclestone que conseguiu de fato o que almejava: O pré conceito com relação a Fórmula Indy, já que o piloto da Indy que foi para a Fórmula 1 fracassou, enquanto o piloto que fez o caminho inverso triunfou e levou o caneco da CART, observando neste ponto de vista que o piloto vindo da Fórmula 1 poderia vencer os pilotos da Indy, já a vice versa foi terrível, não Michael?
Abraços e até a próxima quando falaremos de Alex Zanardi.

2 comentários:
Michael Andretti não foi feliz na F1. Nunca cosneguiu consistência e foi demitido antes do final da temporada. Não sei lhe faltou comprometimento ou mesmo um arrependimento de ter ido para a F1 depois de iniciada a temporada. Na Indy, com certeza foi um dos melhores. Recordista de vitórias da CART se não me engano. Mas que na Europa não conseguiu repetir os feitos da América.
Acho estranho se ele tiver realmente falado mal do Senna. Na biografia do Ayrton, ele diz que o brasileiro fez de tudo pra ajuda-lo. Se eu não estou enganado, o brasileiro até deu uma entrevista falando fizeram besteira em demitir o Andretti, q ele tinha talento, bla, bla...
Michael Andretti. Esse dava gosto em ver na pista!
Manoel Beltrão.
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