O ano de Helinho


Em minha primeira coluna aqui no Blog da Indy, no ar logo após a etapa de Long Beach (disponível em http://www.blogdaindy.com/2009/04/indybrasil-sob-o-sol-de-long-beach.html), observei que 2009 seria o ano da verdade para Hélio Castroneves. Após temporadas com companheiros de equipe sendo campeões – o nosso Gil de Ferran e o sempre competitivo e voraz Sam Hornish Jr. – enfim era a hora de nosso homem aranha mostrar que pode levantar o caneco da categoria.

Como todos, também imaginei que Hélio não iria disputar esta temporada após todo o imbróglio jurídico-fiscal encerrado há poucos meses. Isso obviamente o prejudicou, tanto pelo desfalque na pré-temporada como pela ausência na etapa inicial de St. Petesburg. Mas no recomeço nas ruas da California ficou latente um dos benefícios de possuir envolvimento total com o time: bastaram poucas voltas para Helinho se sentir em casa. Hoje, após as excelentes corridas posteriores e a classificação na tabela, é difícil imaginar que ele nem alinhou o Penske#3 em uma das corridas do ano, sequer faturando aqueles pontinhos das últimas colocações (aliás bem questionável essa distribuição de pontos para todos que largam. Me parece algo que tira o mérito de quem briga mesmo por posições. Áureos tempos na Cart onde só os 12 primeiros pontuavam: quem não se lembra das brigas para entrar nessa faixa?)

A última etapa da categoria, no Texas, me deu uma sensação de deja-vu para o piloto brasileiro: sabe aquele ano em que praticamente tudo dá certo? Tony Kanaan, Dan Wheldon e Scott Dixon podem nos falar a respeito. Em 2004, então, o baiano parecia iluminado. São aquelas temporadas em que tudo acontece com os outros: acidentes, abandonos, problemas no pit, bandeira amarela na hora errada etc, etc. Só o “iluminado” passa em branco. É até impossível torcer contra! No Texas tive essa sensação com o Hélio. Afinal, praticamente tudo neste ano tem sido a seu favor (e nisso entra a máxima do “campeão tem sorte”, afinal ninguém chega na frente apenas por esse fator: competência e equipamento competitivo são a base), até mesmo uma vitória construída pelo companheiro de equipe (que morreu na praia). Esse tipo de acontecimento reforça a “aura” de um ano dele, ainda mais depois do tri em Indianápolis.

Para a categoria em termos de Brasil, também Hélio encontra-se em um momento privilegiado, como mencionamos nas últimas colunas. O follow-up da imprensa tem sido imenso após o julgamento – até a sempre ignorada corrida de sábado a noite repercutiu com fotos nos jornais de segunda-feira. Fora a questão midiática da vitória número 100 do Brasil, um belo gancho para notícias. A repercussão de Indianápolis durou pelo menos uma semana, “colando” com a mais recente vitória – algo que dá ao leitor aquele sensação de “Puxa, esse cara está vencendo todas, hein?”.

E o título desse ano seria um grande salto na carreira do Hélio. Digo isso pelos números: como bem noticiou nosso Blog, hoje ele está igualado ao Emerson como o brasileiro com mais vitórias em pistas norte-americanas, tendo superado já há um pouco tempo os demais campeões Tony, Gil e Cristiano. Ou seja, ele é um piloto vencedor, mas ainda não conseguiu converter isso em títulos. As grandiosas lições de Gil no começo da década (lembram-se de Kenny Brack e o próprio Helinho vencendo várias vezes em 2001?) nos mostram que não é necessário ser o número 1 sempre. Entendo que o amadurecimento de Hélio chegou, com a entrada em uma fase super-positiva onde tudo dá certo. Espero não queimar a língua, e que em 10 de outubro possamos tomar aquela champagne comemorando mais um título brasileiro na Indy!

1 comentários:

Natanael disse...

Hélio Castroneves tem de ser constante. Ele vencendo uma que outra prova e terminando as outras no top 5 deve lhe levar ao título. A constância é a chave para o título. Hélio sempre teve muitas vitórias e muitos resultados pífios numa mesma temporada, o que lhe fez perder títulos ou nem disputá-los.

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