O dia que a consciência falou mais alto que o dinheiro.

Depoimentos sobre o final de semana do dia 29 de abril de 2001.

Estamos prestes à sexta etapa da temporada 2009 da Fórmula Indy que será realizada no Texas Motor Speedway, como dito no Blog da Indy, esta corrida está no calendário da Indy Racing League desde 1997, e já houve dezenove GP’s disputados neste oval. Esse número era para ser arredondado para vinte, mas um problemão no ano de 2001 acabou por cancelar a prova que seria realizada sob organização da CART.

O grande problema encontrado foi a falta de segurança, e isso fez com que a CART visando a segurança dos pilotos em uma atitude até mesmo surpreendente já que envolvia muita grana no evento pensou no lado humano como deve ser feito, mas que não é fácil encontrar na sociedade capitalista.

Consultando um especialista da NASA, Steve Olvey o médico da categoria foi informado de que os pilotos não resistiriam a uma corrida de 600 quilômetros neste circuito oval, com a maior força G já registrada na história da Fórmula Indy. A prova teria que ser interrompida a cada 20 voltas, com uma bandeira amarela, para que os pilotos pudesse se recuperar. "Com a realização desta corrida, estaríamos passando dos limites", disse Olvey. "Em uma pista tão inclinada e rápida como essa, a aceleração lateral do carro é muito grande. É a chamada força G que pressiona os pilotos contra o chão, fazendo com que se sintam comprimidos. O corpo humano só suporta continuamente uma aceleração lateral de 4,5g, e aqui correriam 600 quilômetros a 4,33g. O sangue se concentra em um só lado do cérebro e os pilotos podem perder noção do espaço", explicou o médico.

Dr. Steve Olvey explicando os problemas da força gravitacional.

Vejamos agora alguns depoimentos dos da época:

"É frustrante não realizar uma prova, mas a segurança dos pilotos vem primeiro. Um discurso de dar inveja em políticos pela correção e obviedade”, disse o presidente da CART na época Joseph Heitzler.

“É ainda mais rápido do que nós pensávamos", reconheceu o brasileiro Tony Kanaan, da Mo Nunn, mais rápido na primeira sessão livre e que terminou o dia com o segundo melhor tempo. Kanaan fez sua melhor volta no oval de 1,5 milha (2,41 quilômetros) em 22s912, média de 374.735 km/h.

Carpentier foi ver de perto a inclinação da pista.

"Minha expectativa era que atingíssemos 228 milhas (366,852 km/h'', admitiu. Brack, o dono do melhor tempo, teve média de 376,230 km/h na volta em que cravou 22s821. "Fiz um bom treino porque meu carro estava bem acertado e não porque já conhecia o circuito'', disse o sueco.

"É rápido para caramba. É preciso muito cuidado''. Mas a melhor demonstração de espanto foi dada pelo francês Nicolas Minassian, que fez apenas o 11º tempo e teve como melhor média "apenas'' 370,371 km/h. "Tudo o que eu posso dizer é uau! Nunca andei numa pista assim. É como estar numa montanha russa'', afirmou.

Os companheiros de Newman Haas Racing conversando sobre o cancelamento da prova.

"Nunca dei tantas voltas de pé embaixo como hoje (ontem). O problema é que o traçado não foi desenhado para este tipo de carro, que tem muita aderência. Nosso desafio é tirar o máximo de pressão aerodinâmica possível para que o arrasto não prejudique a performance", descreveu Gugelmin. Quanto à segurança da pista, Gugelmin falou como piloto e presidente da CDA (Associação dos Pilotos). "Os organizadores executaram as obras solicitadas pela CART. Fizeram cercas e muros para aumentar a segurança dos pilotos e do público".

"Não gostei da pista. Um lugar onde é só você acelerar, não tem graça. Gosto de pilotar. Mas aqui, é capaz de meu irmão, que nunca pilotou um carro na vida, virar o mesmo tempo que eu'' criticou o piloto da Newman-Haas Cristiano da Matta.

Esta temporada foi fatal para a CART, e foi ai que ela começou a decretar sua falência. A segunda etapa da temporada seria realizada no Brasil, pela primeira vez no circuito misto do Rio de Janeiro e o GP Texas 600 Km seria a quarta etapa do ano de 2001, em quatro provas previstas, apenas duas foram realizadas. No Brasil o problema foi financeiro e nos Estados Unidos foi a falta de segurança. Com isso a categoria passou a imagem de “amadora” e começou a perder credibilidade. Se por um lado a categoria CART acabou dois anos depois, pelos menos a decisão de não correr no oval texano foi acertada com relação a vida dos pilotos, pois fatalmente poderia ter acontecido acidentes perigosíssimos nesta pista que não comportava os carros turbinados e com aerodinâmica diferenciada da atual IndyCar.

Vale lembrar que nos treinos livres os pilotos Cristiano da Matta e Maurício Gugelmin tiveram seus carros completamentes desrtruídos após se chocarem no muro do oval texano.

Acompanhe um vídeo do final de semana da prova cancelada e surpreenda-se com as velocidades alcançadas nesta pista.

5 comentários:

Anônimo disse...

da pra colocar legendas?

Natanael disse...

Essa prova foi um verdadeiro fiasco. Somente após os treinos é que foi divulgada a conclusão que a prova teria de ser interompida a cada 20 voltas pelas circunstâncias explicadas. Será que a CART não havia pensado na hipótese dos carros não serem adequados para a pista de Fort Worth? Ou os dirigentes apenas quiseram tentar mostrar aos donos do circuito que a CART daria um chocolate técnico nos carros e pilotos da IRL? Acabou que esse foi um episódio decisivo para a CART ir de vez a falência

leonardo-pe disse...

não explica muito as velocidades q se atinge neste oval.voces podem explicar isso melhor?uma sugestão:gostaria muito q voces do blog da indy,falassem um pouco mais das temporadas de 1993 e 1994.ou seja,o periodo q nigel mansell esteve na indy.traduzindo:a indy antes e depois de nigel mansell em termos de audiencia da tv,faturamento entre outros.aguardo resposta.

Anônimo disse...

nossa...eu me lembro qdo cancelaram essa corrida...e tbem lembro do pancadão do K. Brack em 2003...o cara girou mais que pião!

Diogo Yoshida disse...

Foi uma lástima o fato da CART ter perdido credibilidade apenas por ter se mostrado preocupada com a segurança e saúde dos pilotos. Em contrapartida, a IRL manteve seu padrão de corridas mortais, com vários acidentes graves e fatais. Mas o dinheiro sempre fala mais alto nesse nosso mundo, principalmente em corridas... Embora a CART/CCWS sempre tivesse os melhores piloros e as melhores corridas, teve que ir à falência por preservar a vida... eu sei que pilotos tbm morreram na CART, como Greg Moore, Jeff Krosnoff e outros....mas a Fórmula Mundial sempre buscou fazer as mudanças necessárias nos carros e nas pistas para diminuir o risco de morte, que sabemos que sempre vai existir num esporte de velocidade.

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