Olá amigos do Blog da Indy. É com muita revolta que venho tratar de um fato que despertou nos fãs da Fórmula Indy, um efeito totalmente contrário ao desejado pelos seus mentores: O viral espalhado pela Internet, mostrando um suposto “furto”, onde bandidos roubavam da própria fábrica da equipe Andretti Green, o chassi que a piloto usaria na 93ª edição das 500 Milhas de Indianápolis, que será realizado no fim deste mês de Maio.
Confesso que a primeira vez que vi o tal vídeo, fiquei com um “pé atrás”, pois era realmente muito suspeito o modo fácil demais com o qual os bandidos conseguiram entrar no depósito da AGR. Sabemos que praticamente todo tipo de equipamento utilizado no automobilismo, possui um valor financeiro muito alto. Imagine, se um mero capacete de uma boa marca, utilizado por um piloto, custa no mínimo U$ 1.199 dólares, o quê dizer de nada menos do que um chassi Dallara de F-Indy? Digo até que o “choque” foi maior pela constatação (falsa) de que na oficina da AGR, um lugar que guarda uma fortuna de milhões de dólares em equipamentos, não exista um sistema eficaz de alarme e vigilância, do que pelo furto em si. No momento em que assisti ao vídeo pela primeira vez, tratei logo de pesquisar uma fonte segura que comprovasse a veracidade da filmagem. E para minha surpresa, encontrei um comunicado no site oficial da AGR, onde o próprio Kim Green, nada menos do que um dos sócios da equipe, confirmava que o vídeo realmente era verdadeiro.
Acidente de Carl Edwards em Talladega. Reparem no fã de braços abertos e cerveja na mão. Vejam a quantidade de sorrisos na arquibancada. Serão estes fãs do esporte ou pessoas buscando entretenimento.
Coisa de um dia e meio depois, qual nossa surpresa? A própria AGR dizendo que o tal do vídeo não passou de uma “estratégia de marketing”, com a finalidade de “divulgar” a nova pintura que o Dallara Honda de Danica, ostentará em sua carenagem durante a Indy 500 deste ano. Deus do céu! Tudo isso meramente para divulgar uma pintura! Uma simples pintura! Fizeram até um “mini shakedown” do “novo” carro em um aeroporto em Indianápolis. Totalmente ridículo. Tanto bafafá para uma simples mudança de pintura. Sei que no fim das contas, tudo isso tem a finalidade de dar ao patrocinador do carro número 7 (no caso a Motorola), um retorno de visibilidade grande e com isso, continuar mantendo seu apoio na equipe. Mas por favor, sejamos honestos, tudo tem um limite. Se fosse para lançar o tão esperado novo chassi da Fórmula Indy, ou algo assim, até que entenderíamos toda a boataria e o “shakedown”, mas trata-se do mesmo chassi que a IRL usa desde 2003, apenas com uma pintura diferente.
A grande verdade, é que ninguém suporta mais todas essas jogadas de marketing, polêmicas inúteis e lances “cinematográficos” envolvendo a “Mulher Maravilha”. É ai que entra o lance da “popularidade às avessas”, onde qualquer atitude corriqueira e simples, que seja proveniente da piloto Danica Patrick, é tratada por sua assessoria e pela imprensa norte-americana, como algo excepcional, digno de ampla divulgação e “frenesi”. Para explicar o que quero expressar, basta olhar para as inúmeras mudanças de pintura da equipe Chip Ganassi, feitas ao longo das últimas temporadas. Quase em todas as corridas, a equipe do “Tio Chip”, muda o tradicional vermelho e branco de seus carros, para cores de patrocinadores que apóiem a equipe apenas no local de determinada corrida ou então para promover algum novo produto relacionado com a própria Target, que é a cadeia de lojas de variedades, de propriedade do próprio Chip Ganassi. Vale lembrar que as lojas Target, são mais ou menos o que eram as antigas lojas Mappin existentes no Brasil há pouco menos de duas décadas. Partindo desse fato, eu faço a seguinte pergunta: Se a equipe campeã da temporada passada e atual líder do campeonato vigente, não faz esse bafafá todo em cima de suas constantes mudanças de layout, por que causar tanto sensacionalismo em cima de um detalhe supérfluo do carro de uma piloto que até agora não mostrou na pista, o motivo pelo qual é merecedora de mais atenção e prestígio na mídia, do que os outros e outras participantes da Fórmula Indy?
O lançamento do ano no automobilismo! Parece que a AGR também esqueceu de fazer mais alguma encenação bombástica, para anunciar o hiper, mega, super e incrível, forro vermelho do novo capacete de Danica
.A KV Racing, anunciou a volta do bom e velho “Sr Apronta Tudo”, Paul Tracy. Este sim foi um acontecimento “surpresa”, algo que os fãs esperavam há certo tempo, afinal, o piloto canadense sempre é garantia de manobras ousadas e situações imprevisíveis. Além do mais, como vocês puderam ler na minha última coluna, Tracy praticamente é a “história viva” do automobilismo de monopostos dos EUA, tendo em vista que até já fez parte do “trio mágico” da equipe Penske. Vocês presenciaram alguma propaganda mirabolante ou algum “teatrinho” para promover a volta de um personagem tão “folclórico” da Fórmula Indy? Eu não. O máximo que eu vi, foi o careca ser surpreendido pelo seu velho amigo Max Papis, vestindo uma fantasia igual do sapinho que é mascote da marca que irá patrocinar o carro do canadense. Por que não fazer uma simulação hollywoodiana para anunciar a volta de alguém com tantas vitórias na categoria?
Sinceramente, nos últimos tempos venho mudando alguns conceitos sobre muitas características do automobilismo norte-americano, as quais eu considerava “saudáveis e familiares”. Além da péssima brincadeirinha de mau gosto feita pela AGR, outro lance que me deixou um tanto quanto intrigado envolvendo o automobilismo dos EUA, foi o que aconteceu na etapa de Talladega da NASCAR no dia 26 de Abril. Admito que o acidente entre Carl Edwards e Brad Keselowski foi uma cena realmente espetacular. A atitude de Edwards, de sair dos destroços do seu Ford e cruzar a linha de chegada a pé, em um primeiro momento, me transmitiu uma sensação de “atitudes que não vemos mais no automobilismo moderno, sempre dependente de regras estúpidas e exageradas preocupações com a segurança que chegam a beirar a covardia”. Mas depois, pensando um pouco melhor e prestando atenção nos comentários do narrador daquela corrida, que disse que a atitude de Carl lembrava o gesto do personagem Ricky Bobby, protagonista de um dos filmes mais ridículos e deprimentes para a imagem do automobilismo (assim como aquele do Stallone sobre a CART), me fez notar o quanto o automobilismo dos Estados Unidos, está deixando de ser um esporte para se tornar apenas um entretenimento. Não estou defendendo de maneira alguma que o automobilismo deve ser aquilo que encontramos no Brasil, um esporte elitista, fechado apenas aos interesses daqueles que participam da modalidade e formam sua administração, que pouco se importam com seus fãs e tratam os mesmos como lixo, quando como você chega em um autódromo e depois de pagar uma quantia absurda para entrar, tem que “prestigiar” o evento em arquibancadas precárias, tendo que pagar horrores em comida de péssima qualidade e ficar definhando no sol quente, morrendo de sede por não concordar em pagar cinco reais em um copinho d´água mineral.
Minha crítica é quanto à maneira como a essência do automobilismo está se perdendo totalmente nos EUA. Não sei ao que podemos credenciar esse fato. Talvez isso aconteça porque os fãs norte-americanos, tão acostumados aos “eletrizantes” filmes de ação e aos “efeitos especiais” que povoam toda cultura que consomem desde pequenos, não consigam achar graça em simplesmente, vibrar com a habilidade de um piloto realizando uma ultrapassagem difícil ou levando um carro ruim para a linha de chegada “no braço”. Acredito que esse é um grande motivo pelo qual até hoje a Fórmula 1 não deu certo nos Estados Unidos. Penso que lá, eles não conseguem achar graça apenas nos fatores que compõem o Esporte Automobilismo. Se não tiver “explosão”, se não tiver “nego saindo na porrada”, se o piloto não “presentear” o público com uma “incrível performance”, ao sair de um carro capotado totalmente em chamas, o público abordado não conseguirá nutrir interesse algum pelo evento em que está presente. Afinal, “danem-se” os sete fãs que se machucaram levemente com os destroços lançados pelo Ford de Carl Edwards, o que vale é que ele “fez igual o carinha do filme gozado”. Quê importa que Justin Wilson subiu ao pódio com uma Dale Coyne na etapa de St Pete? Bom foi ver a Danica Patrick “crescer” para cima do Raphael Matos, bancando a “mocinha barra pesada, coadjuvante do policial bom de briga”, de filmes do naipe de um protagonizado por (blargh!) um Steven Seagal da vida. Não quero generalizar os fãs norte-americanos e nem bancar o “rebelde anti-EUA”, pois acho isso tudo coisa de gente alienada que fica emitindo opiniões ofensivas diante de uma nação, utilizando como argumentos uma “modinha politicamente correta” que tomou conta da sociedade moderna. Sei que no Brasil, ninguém tem moral para criticar o formato de uma categoria que trata tão bem os seus fãs e se preocupa tanto com o bem estar dos mesmos, como é a NASCAR. Em um país como o nosso, onde a própria grande imprensa desrespeita, faz piadinhas e zomba de nossos representantes nas categorias top, onde nossos kartódromos são utilizados como palcos de eventos que valorizam os comportamentos mais mundanos do ser humano, onde para se iniciar no automobilismo é preciso ser rico ou filho do dono de alguma “lavanderia” (tsc!), não temos moral para menosprezar ou tacar pedras em um país onde o automobilismo não é coisa “só pra meia dúzia de mauricinhos”.
Danica caminhando para tirar satisfações com Briscoe na Indy 500 de 2008. Um estilo nervosinha, certamente vende mais do que simplesmente deixar as coisas para lá.
Também não quero defender o clima asséptico, arrogante, vulgar e inacessível da atual Fórmula 1, onde tudo é “muita coisa” para meros “fãs mortais” e pilotos se consideram deuses ao ponto de ficarem nervosos com o simples fato de serem tocados nos braços por um fã ou fiscal de pista.
Mas não dá pra engolir o extremismo o qual o automobilismo moderno está condicionado. Ou a categoria é um grande “circo de entretenimento” que parece mais preocupada em atrair pessoas sedentas por clichês de filmes de qualidade duvidosa, em vez de procurar atrair aqueles que realmente amam o ESPORTE, ou é um grande “ballet”, aonde só os milionários são tratados feito gente e o bem estar e felicidade dos fãs é a última coisa que interessa.
Danica Patrick incorporando um personagem com a finalidade de fazer média com seus patrocinadores.
Será tão difícil assim, procurar formar uma geração de fãs que valorizem os benefícios que o esporte pode trazer e a oportunidade que o mesmo dá para as pessoas demonstrarem habilidades que nos fazem perceber que o ser humano não é tão limitado quanto pensamos, em vez de ficar batendo nessa tecla de que “o esporte já era, vamos encaixar isso daqui como entretenimento na filosofia do pão e circo porque é isso que dá dinheiro”?
Sinceramente, na minha humilde opinião, acho que para alguém “vibrar” com um “xilique” da Danica, ou querer que corridas de automóveis sejam retratos de filmes de quinta categoria, o sujeito em questão deve estar em um grande estado de alienação.
13 comentários:
Concordo plenamente com você. Coisas assim já se percebe há muito tempo. O dinheiro tem sido um grande mal para a humanidade que tem se deixado dominar por ele. Parece paranóia, mas é a pura verdade.
O Chip Ganassi é dono da Target? Tem certeza?
g
Olá Jackson, vi noticias sobre este espisodio da AGR e da Danica e nos Eua exieste um marketing incrível em torno dela mas nunca, pelo menos que eu saiba, chegaram a um extremo como esse, penso que nada disso seja necessário, é forçar demais em cima de um detalhe tão superficial como a pintura de um carro. Sobre o acidente de Carl Edwards em Talladega, as imagens são realmente impressionantes, vi o acidente no blog da Globo e sobraram pessoas dizendo besteira sobre uma categoria que supera todas as outras em organização e competência, como você disse " No Brasil , ninguém tem moral para criticar o formato desta categoria". Mas as vezes há exageros também porque o acidente quase resultou numa tragédia.
Parabéns pelo Blog
É sem sobra de dúvida o melhor lugar para se ter Noticias sobre a formula indy.
Parabéns a todos deste blog
grande abrssssssssss
Fernando dos Santos
Valew pelos comentários Fernando, mas esta coluna é do Fábio.
Mateus, eu também achava que ele (Chip) era dono da rede, mas parece que não, logo logo o Fábio te responde, mas acredito que seja "apenas" uma parceria mesmo, que vem desde 1990.
A Danica Patrick é só gostosa. A minha esperança de ver uma mulher ganhar alguma coisa é a Bia Figueiredo (que é brasileira, ou seja, não vai ter tanto markenting). Se nós relembrarmos o auge da CART nos anos 90 como as ultrapassagens do Zanardi, do Tracy, o Nigel Mansell e etc. nós vamos ver que a categoria era maravilhosa a ponto de concorrer com a F1. Mas não vejo tanto desepero assim afinal as disputas vão começar e o pessoal do Markenting vai ficar vendo navios por que o que o público quer é disputas nas pistas e não showzinhos como quer, no caso da F1, o Tio Bernie.
Os reizinhos do marketing na categoria Danica Patrick e Marco Andretti não conseguem resultados satisfatórios na pista e só chamam a atenção por conta de outras atividades. Claro que a Indy valoriza qualquer ação dos dois, afinal são norte-americanos e a Indy, desde a saída de Tony Stewart e Sam Hornish Jr da IRL vem procurando algum piloto da casa para assumir a condição de ídolo nacional.
Quem acreditou que o roubo do #7 era real foi bem ingênuo, eu tanto não levei em conta que só citei o mesmo no meu blog na véspera do anúncio da pintura.
Enfim, esse assunto como de costume é todo uma questão de opinião. Há quem vire a página dentro dele e quem não.
"Bunnies and Rainbows" é o que há /ironia
Então eu me encaixo nos ingênuos, pois tento trazer notícias aos leitores do Blog, e muitos jornalistas também. Já que no site oficial da escuderia tinha um comunicado oficial dos donos da mesma.
Mas...engraçado que todo ano o Tony tem pintura nova, e nunca houves esses teatros. Ta certo que se tratando de uma piloto medíocre e de baixo nível técnico, só poderiamos esperar isso mesmo dela, que só tem este tipo de forma de aparecerna categoria, ou pousando semi nua. Quando ela estiver num estágio mais decadente, ela acabará saindo nua por completa.
Reintero o que o Jackson disse.
O video foi lançado na rede, duvidamos no começo.. Para comprovar a veracidade, fomos buscar depoimentos no próprio site da AGR e lá havia uma confirmação do próprio Kim Green dizendo que o video era real! Oras, o quê deveriamos fazer? Vista grossa diante de algo que tinha até comprovação oficial?
Acredito que se você, Bruna, viu o video mas não procurou uma fonte que comprovasse a veracidade do mesmo, apenas se conformou em sentar e esperar. Assim é fácil vir aqui e nos chamar de ingênuos ou querer insinuar alguma coisa. Duvido que se você tivesse corrido atrás e encontrado um depoimento do próprio Kim Green afirmando que a palhaçada era de verdade, iria deixar de anunciar no seu blog.
Nosso blog é o único que publica notícias sobre a IRL que nenhum outro endereço na Internet sequer corre atrás para saber.
Enquanto os grandes veículos publicam notícias com um atraso absurdo diante da data em que as mesmas aconteceram, nós já colocamos várias notícias em primeira mão.
E o MAIS IMPORTANTE: Sempre buscando apurar a veracidade dos fatos e se caso algum erro seja cometido ou exista alguma "exaltação", logo tratamos de dar uma notícia em seguida, com a intenção de corrigir nossos erros e mostrar a realidade para o leitor.
Nosso comrpomisso sempre, SEMPRE será primeiramente com a VERDADE. Jamais iremos omitir um erro nosso ou algo do gênero. Isso que nos torna diferentes dos grandes sites onde o "ego" não deixa com que correções e pedidos de desculpas sejam feitos.
Vamos por partes.
Fábio: Eu recebi o vídeo por volta de 00:40 do dia 30 de Abril por um Tweet, vi o mesmo com apenas talvez umas 47 ou 60 exibições. Dei um tempo - apenas as horas da madrugada pra poder dormir - e nos primeiros momentos do dia seguinte que sentei frente ao PC tratei de me informar devidamente (incluindo ler o comunicado do Kim).
Méritos de vocês pelo trabalho que fazem, mas eu também sei onde piso.
E Jackson: Se a sua opnião ultrapassa a barreira do respeito não tenho muito a dizer. Não é a primeira nem vai ser a última que leio comentários desse teor. O importante é não me deixar levar :)
Ondeu eu faltei com respeito? Com você ou a ela? Se for com você peço desculpas desde ja, mas acredito que não seja. Se for a ela, não vou nem discutir mais, ser fã é uma coisa, mas fechar o olho e achar que ela é demais, eu discordo. Sempre fui fã do Gugelmin e do Gil dente os brasileiros, olha a diferença em números dos dois.
Sempre achei essa Danica uma marqueteira de quinta e suas atitudes são aplaudídissimas como se ela pudesse fazer tudo à vontade e sem devaneios. É por causa de atitudes delas que muitas mulheres bem melhores de braço como Katherine Legge e Bia Figueiredo não tem chances nas pistas. E ainda tem gente que quer porque quer ela na Fórmula 1, mesmo a Danica esnobando convites de testar um carro e dizer não à categoria. Danica na F-1 não vai dar certo, imagine os ataques de estrelismo dela contra Alonso, Barrichello, Bernie Ecclestone e demais dirigentes que tão lá dentro. A Danica pensa que está muito acima da IRL e a categoria acha que pode satisfazer as vontades dela simplesmente.
Quanto ao Marco Andretti, eu penso que ele é tratado assim por ser neto de um campeão da F-1 e da Indy-CART. Eu acho que ele pode melhorar ainda, apesar de cometer alguns erros.
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