Tudo não passou de um sonho, mas ao menos houve o sonho, o motivo pelo qual o sonho não se tornou realidade? Dinheiro, muito dinheiro faltou para os planos saírem dos papéis e os carros mais rápidos do mundo, disputarem num dos cenários mais paradisíacos do planeta. A fantástica corrida seria no Aeroporto Internacional de Kalaeloa, em Honolulu, no estado do Havaí, Estados Unidos. Os dirigentes da Fórmula Mundial no ano de 1999 pretendiam fazer um evento grandioso, gigantesco, magnificente e claro, um evento milionário. A idéia era realizar uma corrida que tivesse a mesma importância, rentabilidade e numerosidade do Super Bowl (a final do campeonato de futebol americano).O Super Prix do Havaí seria realizado nos dias 11, 12 e 13 de novembro de 1999, tendo uma premiação total de US$10.000.000,00 (dez milhões de dólares). A corrida teria apenas dezesseis pilotos dos vinte e sete que participavam do campeonato regularmente. Seriam os doze primeiros colocados do campeonato e mais quatro pilotos convidados por patrocinadores, donos de equipes e dirigentes da CART. A corrida teria cerca de 200 milhas, sendo que o provável traçado da pista fosse de 1,8 milhas.O anuncio da corrida foi feito em fevereiro de 1999, por Andrew Craig, o então presidente da CART na época. Mas o plano já nasceu errado, pois o campeonato da CART pela primeira vez na história teria vinte etapas válidas pelo campeonato, e mais o Super Prix do Havaí, que seria a vigésima primeira corrida do ano, sem contar pontos para o campeonato. Era um número muito grande de corridas em um mesmo ano, espalhados pela Ásia, Oceania, América do Sul e América do Norte.
Ainda em fevereiro, a CART conseguiu seus primeiros e únicos US$5.000.000,00 para realizar o evento, através da Co. Nashville.
Para uma maior promoção da corrida, pensou em chamar Alex Zanardi e Jacques Villeneuve para ocupar duas das quatro vagas de convidados para o SP do Havaí, ambos estavam na Fórmula 1, e eram três dos últimos quatro campeões da CART.
Além da falta de dinheiro para a premiação, um grande problema para a corrida era das fornecedoras de motores, que já haviam planejado seu programa para todo o ano de 1999, e durante o ano todo a corrida era uma incerteza. Os gastos de preparação para mais uma prova seriam altos, e como os motores Honda, Ford e Mercedes eram os melhores e com certeza seriam os dezesseis carros que participariam da prova, começou ai o problema de motores para equipar os carros no Super Prix do Havaí.
O gerente geral de desenvolvimento de motores da Honda, Robert Clarke era contra a corrida e dizia que era muito dinheiro e recursos humanos envolvidos em um único fim de semana, por vez Dan Davis da Ford e Norbert Haug da Mercedes Benz, também não eram favoráveis a corrida milionária.Eram esperados mais de 100 mil espectadores no autódromo, e mais 300 milhões de telespectadores no mundo todo através do sistema pay per view. Os cálculos dos economistas eram que a corrida traria cerca de US$50.000.000,00 (cinqüenta milhões de dólares) de retorno para o estado caribenho americano.

O anuncio oficial do cancelamento da prova foi em Detroit, e veio na semana seguinte ao GP de Surfer’s Paradise, na Austrália, semana esta em que a CART e seus patrocinadores, deveriam depositar US$15.000.000,00 (quinze milhões de dólares) para cubrir o evento e a premiação. Richard Rutherford, o promotor da corrida disse: “As razões para o cancelamento da corrida foi a falta de um patrocinador que levaria o nome da corrida, a lentidão na venda de ingressos para a corrida e a dificuldade de fechar contrato com uma TV”. Os promotores da prova ainda tentaram fazer um empréstimo em cima da hora para realiza a prova, mas o esforço foi em vão.
A vantagem com a empolgação desta prova que nunca existiu, foi que em 1999, houve um dos melhores campeonatos da história da CART, com dois pilotos brigando pelo título até a ultima volta das 500 milhas da Califórnia, três pilotos brigando pela terceira colocação no campeonato e mais vinte pilotos disputando ponto por ponto para sonhar em poder disputar a tão badalada havaiana.
Confira o que os pilotos fariam com o prêmio da prova:
O piloto norte-americano Michael Andretti era o único piloto do grid que recebia algo em torno do valor do vencedor da prova e comentou que nunca tinha ouvido falar em premiação semelhante, e que era excelente.

O piloto canadense Greg Moore, falou a respeito do evento: “O prêmio para o vencedor é mais dinheiro do que as pessoas vêem em suas vidas. Nós quase ganhamos um milhão de dólares ano passado em Fontana e já era uma quantidade incrível, cinco milhões é uma quantia inconcebível de se acreditar”. Moore ainda brincou: “Eu sairia do campeonato ano que vem se ganhasse esse dinheiro”
O brasileiro Gil de Ferran falou: “Aposentadoria imediata! Irei ao Havaí de qualquer forma. Não sei se investirei o dinheiro nos fundos de segurança da família” (risos).
Maurício Gugelmin, o único piloto a testar em Honolulu comentou: "Vamos ver, eu provavelmente não vou mais pra casa em Los Angeles. Certamente irei dar umas voltinhas a mais antes de ir pra casa e vou gastar um pouco da grana. Com certeza vou curti muito. Vou me tornar um novo "manda chuva", quem sabe..."
O brasileiro Tony Kanaan comentou: Terei um natal muito farto e provavelmente gastarei um pouco de dinheiro no Havaí mesmo, em minhas férias. Mas para ser honesto, estou pensando em vencer a corrida, para dar uma sumida”.
Al Unser Jr. Disse: “Vai dar para pagar algumas de minhas contas”.
O norte-americano Richie Hearn: “Comprarei um trailer para mim e investirei dinheiro”.
Alex Barron: “Comprarei para meus pais uma casa luxuosa e grande, e investiria o dinheiro em minhas duas filhas na Universidade”.
PJ Jones foi o mais provocador: “Irei comprar um novo companheiro de equipe, e faremos uma festa havaiana”, o norte americano com isso deu uma alfinetada em Adrián Fernández.
Confira a premiação do Super Prix do Havaí:

Vencedor da corrida: US$ 5.000.000,00 (cinco milhões de dólares)
Segundo colocado: US$ 500.000,00 (quinhentos mil dólares)
Terceiro colocado: US$ 230.000,00 (duzentos e trinta mil dólares)
Quarto colocado: US$170.000,00 (cento e setenta mil dólares)
Pole Position: US$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil dólares)
Cada piloto que entrasse na pista receberia: US$75.000,00 (setenta e cinco mil dólares).
Um telespectador seria sorteado e ganharia um milhão de dólares.
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